Faz hoje 520 anos que Diogo Dias, então capitão de um dos navios da esquadra com que Pedro Álvares Cabral foi ao Brasil, achou uma ilha africana à qual dá o nome de S. Lourenço (atual Madagáscar).
Diogo Dias, Pêro Dias em algumas fontes, foi um navegador e explorador Português do século XV, irmão de Bartolomeu Dias. No que diz respeito à família dos irmãos pouco se sabe, visto que as fontes que chegaram aos dias de hoje pouco esclarecem os traços iniciais do percurso destas duas personagens do processo expansionista português.
Diogo Dias surge nas fontes inserido na empresa liderada pelo seu irmão, que dobra o Cabo da Boa Esperança, como capitão da nau dos mantimentos. Como recompensa por estes serviços, segundo refere Pêro Vaz de Caminha, é-lhe concedido o cargo de Almoxarife de Sacavém, incumbência de prestígio.
Participa também na armada de Vasco da Gama, como escrivão da nau S. Gabriel e feitor em Calecute, chegando mesmo a realizar o primeiro contacto com o Samorim deste território. Informações a seu respeito só voltam a aparecer quando o rei decide enviar uma segunda armada à Índia, desta vez capitaneada por Pedro Álvares Cabral.
Em março de 1500, D. Manuel I enviou uma armada de 13 velas nas quais tanto Bartolomeu Dias como Diogo Dias participaram como capitães. Nesse projeto, aquando atingiram o Brasil, os irmãos Dias tiveram uma participação significativa no primeiro contacto com os indígenas. Chegando mesmo Diogo Dias, “… homem gracioso e de prazer”, a levar com ele para junto dos indígenas “um gaiteiro nosso com sua gaita e meteu-se a dançar com eles”. Continuando a viagem em direção à Índia, as embarcações, ao largo do cabo da Boa Esperança, foram atingidas por uma forte tempestade o que resultou no naufrágio de quatro naus, incluído a capitaneada por Bartolomeu Dias.
Diogo Dias, que se pensava também ter naufragado, acabou a vaguear pelo Oceano Índico, no entanto acaba por encontrar uma ilha até então “desconhecida pelos Portugueses”, o atual Madagáscar. Visto que no dia em que achou a ilha ser dia de S. Lourenço batizou o novo território com este nome. Explorou ainda a costa oriental africana, alcançando Mogadoxo, a atual Somália, e foi ainda o primeiro português a navegar no golfo que abre sobre o Mar Vermelho. Acabou por não conseguir chegar à Índia e tomou rota de volta para Portugal, voltando se a encontrar com Pedro Álvares Cabral em Cabo Verde, a última paragem antes de Lisboa onde chegaram em 1501.