Mais de 80% da poluição dos oceanos tem origem em terra e é transportada para o mar pelos rios e ribeiras. A principal causa é a má gestão de resíduos e a deposição de lixo em terra, embora as atividades marítimas também contribuam para o problema.
O lixo marinho é composto por todos os objetos produzidos pelo homem que acabam no ambiente costeiro ou marinho. Destes, aproximadamente 85% são plásticos, com impacto na vida marinha e na saúde humana através da cadeia alimentar. A natureza persistente do plástico significa que, em alguns casos, pode durar 500 anos até se degradar totalmente.
A poluição é talvez a ameaça ambiental mais antiga e mais conhecida do grande público e muitas têm sido as campanhas publicitárias sobre este tema. Apesar disso a produção de resíduos plásticos na Europa está a crescer a um ritmo ainda mais rápido do que o crescimento económico.
Décadas de uma economia assente no consumo descartável fazem do lixo marinho um problema sem resolução imediata à vista e por isso o papel do consumidor é cada vez mais determinante.
Muitas espécies marinhas – peixes, tartarugas, aves e mamíferos – são afetadas por detritos marinhos. De forma semelhante, a ingestão de microplásticos por parte de animais que fazem parte da nossa dieta traduz-se num risco para a saúde humana, ainda por avaliar.
Não existe uma solução única ou fácil para o que é claramente uma falha na prevenção e gestão de resíduos em terra. Por isso mesmo cabe a todos — desde as autoridades locais aos líderes nacionais e europeus, às empresas costeiras, à sociedade civil e às escolas — evitar que a situação do lixo marinho se agrave ainda mais.