Carlos Viegas de Gago Coutinho nasceu em Lisboa, em 1869. Ingressou na Escola Naval em 1886, tendo-se distinguido, pelo seu aprumo e inteligência. Desde muito novo, interessou-se pelo estudo dos navios de guerra, nomeadamente a telegrafia sem fios, a artilharia, a construção naval, o magnetismo, os problemas técnicos de navegação, de uma forma geral.
A partir de 1898 Gago Coutinho iniciou a sua atividade como geógrafo. Os seus trabalhos neste campo, onde colocou em prática todos os seus conhecimentos de geodesia, astronomia e geografia matemática, que se encontram entre os de maior valor científico produzidos pelos portugueses na Ásia e em África. Uma das suas campanhas mais emblemáticas tem lugar nas ilhas de S. Tomé. Tradicionalmente, a cartografia assinalava que a linha do Equador passava entre a Ilha de S. Tomé e a o Ilhéu das Rolas. O então Comandante Gago Coutinho veio a demonstrar que essa linha cortava na realidade o ilhéu, o que ficou para a história como um marco científico na área da geodesia. Tanto que, o Governo de São Tomé e Príncipe, publicou em Portaria a 16 de junho de 1923, o reconhecimento pela descoberta querendo atribuir ao ilhéu o nome de Gago Coutinho.
No ano de 1922, protagonizou a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, juntamente com o Comandante Sacadura Cabral, que conhecera em Moçambique. Este marco da história de Portugal e Internacional, teve como sucesso a invenção de Gago Coutinho na adaptação do sextante (instrumento usado pelos navegadores marítimos) e um corretor de rumos, que contribuíram em muito para o sucesso da navegação aérea da viagem e cujos conceitos atualmente ainda são usados para a construção dos instrumentos mais modernos.
Na última fase da sua vida, Gago Coutinho dedicou-se à História da Náutica, do período dos Descobrimentos. O seu contributo foi notável, para esclarecimento de algumas matérias, de cariz técnico para as navegações à vela dos séculos XV e XVI, tendo Jaime Cortesão defendido que Gago Coutinho foi o introdutor do método náutico-geográfico na análise da História das Navegações.
Por decisão da Assembleia Nacional Gago Coutinho foi promovido a Almirante em 1958, tendo falecido a 18 de fevereiro de 1959, um dia após completar 90 anos. Sem nunca deixar de se ocupar com os seus trabalhos de pesquisa, e, em momento algum ter esquecido de quem o ajude nos seus feitos:
“E obedeciam-me cegamente, apesar de nos não impormos pelo brilho das fardas ou das espadas, nem pelas baionetas de soldados. Certo, eu tinha armas, mas vinham nas mãos deles. Não eramos respeitados pela força, mas pelo prestígio do nosso persistente trabalho, simbolizado na pacífica bússola, que levávamos na mão.”
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