O Iate Real “Sírius” foi mandado construir por ordem do Rei D. Luís e pela Rainha D. Maria Pia, em 1876 e foi lançado à água em 14 de abril de 1877. A sua construção teve lugar no telheiro das Galeotas Reais, à Junqueira, sob direção do seu oficial às ordens, o Capitão-tenente Carlos Sousa Folque Possolo, tendo como mestres Tomás António Gonçalves, mestre carpinteiro do Arsenal de Marinha, e Diogo Jorge Batalha, demonstrador de construção da Escola Naval. Após a realização de algumas experiências e já armado em caíque, o iate foi oferecido à rainha D. Maria Pia.
A primeira regata em que participou foi a 4 de setembro de 1877, no entanto, por falta de vento, acabou por ser anulada a competição e repetida dias mais tarde. Contudo, o iate acabou por ser desclassificado por transgredir o regulamento. Considerado o maior iate da Coroa existente em Portugal, o rei D. Luís decidiu inscrevê-lo para participar nas regatas internacionais de Nice onde acabou por ganhar bastante fama, não pela sua participação, uma vez que chegou tarde devido ao mau tempo, mas porque na viagem de regresso competiu com o iate francês Eugenie, tendo-o vencido. Tal feito mereceu os mais diversos elogios e vários construtores navais quiseram examinar com maior detalhe a sua construção.
Em 1887, o iate Sírius já armava em palhabote e alguns anos mais tarde foi entregue à Escola Naval para a instrução de vela dos aspirantes. Na década de trinta do século XX passou para o Clube Náutico dos Oficiais e Aspirantes da Armada (CNOCA) e, depois de alguns anos cedido à Brigada Naval, o iate retornou à Marinha, sendo de novo utilizado para instrução de vela e realização de estágios de embarque pelos cadetes da Escola Naval.
Em 1983 foi depositado no Museu de Marinha, onde se encontra em exposição atualmente.