A 1 de abril de 1982 morre Avelino Teixeira da Mota, Oficial de Marinha, professor, historiador, deputado, investigador, deixando uma vasta obra na historiografia e na cultura portuguesa do século XX.
Teixeira da Mota ingressou na Escola Naval a 15 de setembro de 1939. Foi promovido a guarda-marinha a 1 de outubro de 1942, apresentado nesse posto, no ano seguinte, uma Memória com o título “O Problema da Longitude na Primeira Circum-navegação do Globo. O Regimento da Altura Leste -Oeste de Rui Faleiro e as Regole sul’arte del navigare de António Pigafetta”. Este estudo impressionou o corpo docente da Escola Naval, pela forma como um jovem com apenas 22 anos estudara e analisara os complexos problemas técnicos da primeira viagem de Circum-navegação.
Realizou diversos estágios de embarque em navios da Armada, no entanto, foi no contratorpedeiro Lima que o jovem Teixeira da Mota embarcou como “Oficial de guarnição”. Desde cedo demonstrou grandes qualidades técnicas e intelectuais, tendo sido convidado para integrar a equipa do Capitão-de-fragata Sarmento Rodrigues, Governador da então “Guiné Portuguesa”, como seu Ajudante-de-Campo. O desempenho neste novo cargo, permitiu a Teixeira da Mota desenvolver e levar a cabo alguns dos seus mais notáveis estudos na área da cartografia, da investigação histórica e antropológica, de que salientam “A Descoberta da Guiné” (1946), uma nova carta geográfica e humana da Guiné Portuguesa (1948) e “A Guiné Portuguesa” (1954).
A par da sua carreira como Oficial de Marinha, Avelino Teixeira da Mota recebeu inúmeros convites nacionais e internacionais para integrar instituições científicas relacionadas com a História Africana, História da Cartografia Antiga e História da Expansão Marítima Europeia dos séculos XV, XVI e XVII. Importa também salientar que Teixeira da Mota foi coautor de um dos maiores projetos editoriais realizados em Portugal, de parceria com Armando Cortesão: Portugalie Monumenta Cartographica, obra que reúne toda a cartografia portuguesa antiga dos séculos XV-XVII, em cinco volumes, a que se juntou um volume de índices (1960-1962), e integrou as comemorações do V Centenário da Morte do Infante D. Henrique.
Membro da Comissão Técnica Consultiva do Museu de Marinha e eleito segundo Presidente da Academia de Marinha cerca de seis meses antes de falecer, Teixeira da Mota foi autor de um conjunto de estudos e trabalhos que enriquecerem o tecido cultural e científico de Portugal.