No dia 30 de março de 1922, iniciou-se a primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul – entre Lisboa e o Rio de Janeiro - realizada pelo Almirante Gago Coutinho e pelo Comandante Sacadura Cabral. A viagem iniciou-se às 7h, há precisamente 98 anos.
O sextante com horizonte artificial
Para que tal viagem fosse possível, Gago Coutinho e Sacadura Cabral desenvolveram um processo inovador para conhecerem a posição de uma aeronave no alto-mar, recorrendo à observação dos astros. Para tal basearam-se nas técnicas de navegação astronómica usadas a bordo dos navios.
Para observação da altura dos astros, Gago Coutinho e Sacadura Cabral, utilizaram o instrumento clássico: o sextante. Porém, tiveram que o adaptar para poderem observar os astros independentemente da altitude a que voavam, bem como em situações em que a linha do horizonte não estivesse visível. Gago Coutinho adaptou um sistema de horizonte artificial a um sextante clássico de Marinha para satisfazer as necessidades da navegação aérea. Este novo instrumento de navegação ficaria conhecido por Sextante com Horizonte Artificial.
Utilizado durante décadas na navegação aérea, este instrumento ficou para sempre ligado ao nome do Almirante Gago Coutinho e à Travessia Aérea do Atlântico Sul, a qual representa um marco histórico da Aeronáutica Naval Portuguesa e claro, da aviação a nível mundial.
O Relatório da viagem aérea
O Arquivo Histórico da Marinha tem para consulta documentação relativa a este acontecimento da nossa história. Assim, convidamo-lo a a ler o relatório desta viagem e o postal escrito para Artur Caetano Dias, ambos disponíveis online.