No dia 11 de janeiro de 1890, o governo Britânico enviou um Ultimato ao governo Português exigindo a retirada das tropas portuguesas do território compreendido entre Angola e Moçambique.
A Conferência de Berlim (1884-1885) foi um ato político de que as grandes potências europeias se serviram para legitimarem os seus interesses sobre as terras africanas e justificarem a sua partilha. O direito histórico das Nações foi substituído pelo direito da força e Portugal, que se fixara em África desde o século XV, viu os seus interesses gravemente prejudicados a favor de novos parceiros.
Em 1890 a Grã-Bretanha, o mais antigo aliado de Portugal, apresentou ao governo português um Ultimato, ameaçando com o corte de relações diplomáticas e com o recurso à força, caso Portugal não retirasse as suas forças militares dos territórios vizinhos de Moçambique, que hoje constituem as Repúblicas de Zimbabwe e Malawi, e não renunciasse à sua posse. Sem o apoio de qualquer outra potência, Portugal acabou por ceder, em face de garantir o bom relacionamento externo com o seu antigo aliado.
A reação popular ao Ultimato foi violenta, sendo que, da mesma, resultou a abertura de uma Subscrição Pública para a angariação de fundos para a construção de um navio de guerra, destinado a servir em África como símbolo da legítima soberania. Esse navio viria a ser o Cruzador Adamastor.