A 18 de fevereiro de 1957 deu-se a visita da Rainha Isabel II de Inglaterra a Portugal. Episódio singular na história da diplomacia portuguesa que marca também a última utilização oficial do Bergantim Real.
Embarcação real construída no final do século XVIII e que ao longo da sua vida participou em vários factos históricos de elevado significado uma vez que desempenhou um papel de Estado durante visitas de monarcas e Chefes de Estado de todo o mundo.
De origem portuguesa, o Bergantim Real foi mandado construir pela rainha D. Maria I, em 1780, para o casamento do seu filho, futuro D. João VI, com a princesa Carlota Joaquina, que se realizaria em 1784. A construção iniciou-se em 1780, sob a direção de Torcato José Clavina, importante construtor naval do Arsenal Real de Marinha. Conta com 40 remos, manobrados por 78 remadores, sendo cada remo manobrado por 2 remadores, exceto os de proa. É provavelmente a galeota mais ricamente ornamentada, com inúmeras figuras mitológicas em talha dourada.
Em 1808, transportou a Família Real para bordo da esquadra que a levaria para o Brasil e, já em 1821, participaria no transporte de D. João VI, no regresso daquele território. No decorrer dos anos transportou vários monarcas estrangeiros de visita a Lisboa e a sua última viagem, foi já na segunda metade do século XX, em 1957, na visita da Rainha Isabel II, de Inglaterra, a Portugal quando Craveiro Lopes era o Presidente da República e António de Oliveira Salazar presidia ao Conselho de Ministros. Nesta visita não se olhou a meios e gastos para que a mesma fosse considerada a mais extraordinária que já tinha tido lugar em Portugal.
Trata-se do ex libris do Pavilhão das Galeotas, sendo das embarcações mais importantes do espólio do Museu de Marinha.