Infante D. Henrique - O Navegador
Filho do Rei D. João I e de Filipa de Lencastre, D. Henrique nasceu no Porto, a 4 de março de 1394, e a sua ação no processo dos Descobrimentos inicia-se, juntamente com os seus irmãos, D. Pedro e D. Duarte, na conquista de Ceuta, em 1415. Sob as ordens do rei, foi incumbido da organização e do comando das forças do Norte do país que participariam nesta expedição, tendo sido a sua bandeira a primeira a entrar em Ceuta.
Como consequência do sucesso desta conquista, o rei oferece-lhe a possibilidade de ficar encarregue da expansão marítima portuguesa. Foram várias as razões que podem tê-lo motivado para impulsionar as navegações no Atlântico: de cariz científico, baseado na possibilidade de descobrir e conquistar novos territórios; de cariz económico, pois as descobertas de novas rotas marítimas possibilitavam a criação de portos e a obtenção de novas vantagens comerciais; e de cariz religioso, cujo objetivo seria o de expansão da fé cristã.
Sob a sua alçada, iniciaram-se as navegações e conquistas, não só pelo Atlântico, como também, ao longo da costa ocidental africana, como por exemplo, a passagem do Cabo Bojador, em 1434, por Gil Eanes, feito nunca antes conseguido. O seu papel como Mestre da Ordem de Cristo, tendo sido nomeado para tal a 25 de maio de 1420, juntamente com a sua liderança inicial dos Descobrimentos, contribuiu para a definição de uma política ultramarina portuguesa, ligando-se a todas as descobertas e conquistas alcançadas mesmo após a sua morte, em 1460.
A figura do Infante está inerente às navegações portuguesas, tendo sido por esse motivo escolhido para ser patrono do primeiro curso da Escola Naval em 1936, após a sua transferência do Arsenal para o Alfeite. “Talant de bien faire”, foi a divisa que utilizou ao longo da sua vida, em terra e no mar, tendo a mesma ficado gravada no seu túmulo, no Mosteiro da Batalha.