As primeiras fotografias de plâncton em Portugal
Em 1896, D. Carlos deu início à primeira de doze Campanhas Oceanográficas (1896-1907), com o objetivo principal de estudar a Fauna Marinha.
Auxiliado por um valoroso conjunto de colaboradores, de entre os quais se destaca Albert Girard, D. Carlos planeou metodicamente as campanhas que realizou na costa portuguesa, a bordo dos quatro iates "AMELIA", transformados em navios oceanográficos.
Os trabalhos consistiam na realização de estações, ou seja, pontos onde se efetuavam as observações e colheitas desejadas: sondagem do fundo para conhecer a profundidade e dados do sedimento, colheitas de água com garrafas para determinar a temperatura e salinidade e depois as colheitas biológicas.
Um dos aspetos que mereceu a atenção de D. Carlos foi o Plâncton, um conjunto de organismos que flutuam na água com movimento passivo que formam em grande parte a base da cadeia alimentar. O Rei sabia que o seu estudo explicaria a abundância e a distribuição de outras espécies marinhas.
A colheita de plâncton era efetuada com redes de malha fina em águas superficiais. Para facilitar o seu estudo D. Carlos decide fotografar as preparações microscópicas com o plâncton recolhido.
Estas fotomicrografias do plâncton foram as primeiras realizadas em Portugal e foram apresentadas nas diversas exposições científicas organizadas por D. Carlos. Nove destas fotografias fazem parte da Coleção do Museu Oceanográfico D. Carlos I e estão conservadas no Aquário Vasco da Gama.