Na segunda metade do século XIX o interesse do Homem pelo estudo do mar, traduzido na realização de numerosas expedições oceanográficas, influenciou profundamente o Rei D. Carlos.
Em 1879, com apenas 15 anos de idade, o Príncipe D. Carlos conhece o Príncipe Alberto do Mónaco que passa em Lisboa durante uma das suas expedições oceanográficas a bordo do iate Hirrondelle. Nasce então uma profunda amizade entre os dois soberanos, que tinham em comum a sua paixão pelo mar. E D. Carlos foi consolidando o seu desejo de estudar o mar português, iniciando em 1896 a sua primeira campanha oceanográfica.
A intensa correspondência científica trocada entre os dois amigos revela o extraordinário interesse e respeito mútuo pelas investigações oceanográficas que ambos desenvolveram, de forma autónoma.
D. Carlos dispôs apenas de tempo para realizar doze campanhas (1896-1907), circunscritas à costa portuguesa, enquanto as expedições do Príncipe Alberto abrangem mais de trinta anos, cobrindo vastas áreas oceânicas.
Mas cada um dos soberanos deixou um legado extraordinário que marca decisivamente a história da oceanografia no seu país.