Ao iniciar as suas campanhas oceanográficas, o Rei D. Carlos I expressa claramente o seu desejo de dar a conhecer o mar de Portugal. E olhando a sua obra podemos considerar que foi efetivamente um dos primeiros comunicadores de ciência do nosso país. Ao longo de doze anos o rei cientista partilha o seu conhecimento e as suas descobertas de diversas formas: realiza exposições com espécimenes recolhidos e material utilizado nas campanhas, publica livros e relatórios e oferece exemplares a museus nacionais e estrangeiros.
Durante as campanhas, o Rei D. Carlos I reuniu uma coleção zoológica de espécimes conservados em meio líquido e naturalizados, que representa um valoroso contributo para o inventário da fauna da costa portuguesa, tendo sido alvo de diversos estudos científicos, nomeadamente sobre peixes e crustáceos. A Coleção Oceanográfica do Museu D. Carlos I inclui ainda instrumentos utilizados durante as campanhas, uma Biblioteca com obras de referência da história natural e da ciência e a documentação relativa à atividade científica desenvolvida pelo monarca.
Entregue em 1910 à Liga Naval Portuguesa, a Coleção Oceanográfica do Museu D. Carlos I foi doada em 1935, através de escritura pública notarial, ao Aquário Vasco da Gama, sob a tutela da Marinha Portuguesa, onde se encontra parcialmente em exposição ao público visitante. A parte restante da Coleção mantém-se reservada, mas disponível para a consulta a efetuar por investigadores de diversas áreas científicas.