O Ruivaco-do-oeste (Achondrostoma occidentale) é uma espécie de água doce descoberta em 2005, que só existe em três pequenas ribeiras da Estremadura, entre Mafra e Torres Vedras: Sizandro, Safarujo e Alcabrichel. É um peixe extremamente ameaçado porque os rios onde vive são pequenos e com caudal reduzido e por isso têm muita falta de água no verão e estão muito sujeitos à poluição.
Com o objetivo de reproduzir e manter espécies ameaçadas de água doce da fauna e flora portuguesas, para posterior libertação, o Aquário Vasco da Gama desenvolve desde 2008, em parceria com o MARE-ISPA, a Quercus e a Faculdade de Medicina Veterinária o projeto “Conservação ex situ de organismos fluviais”.
O Ruivaco-do-oeste é uma das espécies que tem sido reproduzida com sucesso, em tanques no Aquário, onde se recriaram as condições do seu habitat natural. Desde o início do projeto foram já libertados na natureza milhares de ruivacos.
A manutenção e reprodução em cativeiro destes peixes proporcionou a oportunidade para o estudo pioneiro do desenvolvimento embrionário e larvar desta espécie, a partir de posturas realizadas num tanque de 1250 litros, com 27 exemplares adultos. O nascimento das larvas ocorre cerca de 8 dias depois da postura e as larvas recém-nascidas medem cerca de 7 mm.
Com a colaboração de uma estagiária de mestrado e o apoio do ISPA, que ofereceu uma máquina de fotografia ao microscópio, foi realizado um trabalho de descrição dos ovos e larvas do ruivaco-do-oeste. O resultado deste trabalho foi divulgado no congresso 2020 da Sociedade Ibérica de Ictiologia, tendo sido produzido um poster apresentado num dos painéis de divulgação do congresso.
Descarregue AQUI o poster apresentado no Congresso 2020 da Sociedade Ibérica de Ictiologia.
Veja o vídeo abaixo com o nascimento das larvas do ruivaco-do-oeste.