O Aquário Vasco da Gama, em parceria com o MARE-ISPA, a Quercus e a Faculdade de Medicina Veterinária participa no projeto “Conservação ex situ de organismos fluviais”, com o objetivo de reproduzir e manter espécies ameaçadas de água doce da fauna e flora portuguesas, para posterior libertação.
Esta é uma forma de proteger as espécies consideradas criticamente em perigo, devido à redução das populações no meio natural, provocada por vários fatores: descargas de poluentes, ocorrência cada vez mais frequente de verões prolongados e secos, destruição da vegetação das margens e proliferação de espécies invasoras vegetais e animais.
Alguns destes peixes, reproduzidos e criados no Aquário Vasco da Gama, vão agora ser libertados no meio natural, com a autorização do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas:
• No dia 12 de abril serão libertados na ribeira de Odelouca, concelho de Monchique, 256 Bogas do Sudoeste (Iberochondrostoma almacai) nascidas no AVG em 2016 e descendentes de exemplares capturados no mesmo rio. Estes exemplares encontravam-se no mesmo tanque de reprodução do grupo de bogas do sudoeste que foi libertado no ano passado mas ficaram retidos para crescimento porque apresentavam um reduzido tamanho corporal (<4cm) que os tornava vulneráveis ao transporte. Esta é uma espécie considerada criticamente em perigo e apenas existe em Portugal onde vive nas bacias hidrográficas dos rios Mira e Arade.
• No dia 17 de abril serão libertados no rio Safarujo, concelho de Mafra, 100 Ruivacos do Oeste (Achondrostoma occidentale) nascidos no AVG em 2016 e 2017 e descendentes de exemplares capturados no mesmo rio. A libertação conta com a participação da escola básica local no âmbito de um projeto de conservação e educação financiado pela Europian Union of Aquarium Curators. Esta é uma espécie considerada criticamente em perigo e apenas existe em Portugal onde vive nos rios Safarujo, Alcabrichel e Sizandro.