O porto de Lisboa e as suas condições naturais de acesso e abrigo conferiram-lhe bastante importância já desde tempos remotos e contribuíram posteriormente para o seu papel nos maiores acontecimentos da história do país, mas também do mundo, revelando-se fundamental para a construção e abrigo das embarcações que participaram nos Descobrimentos e expansão portuguesa.
A primeira intervenção conhecida para o melhoramento do porto de Lisboa data do reinado de D. João V, do ano de 1727, porém as primeiras obras de relevo realizaram-se já durante a administração do Marquês de Pombal. Em 1883 foi constituída uma comissão de estudo para a realização de um projeto de melhoramentos do porto, onde após vários estudos foi elaborado um novo projeto, que finalmente levou à abertura do concurso. Dos dois concorrentes, ganhou o empreiteiro francês Hersent, sendo-lhe adjudicadas as obras por 10790 contos de réis.
A cerimónia de início das obras foi presidida pelo rei D. Luís I a 31 de outubro de 1887, precisamente no dia do seu aniversário, quando lançou a primeira pedra das novas construções.
Estas focaram-se sobretudo na regularização da margem norte, construção de um troço ferroviário desde o Cais do Sodré até Cascais, um troço marginal de Alcântara à Torre de Belém e na construção de diversas docas, construções para a acostagem e abrigo e equipamentos no porto para descarga e armazenamento de mercadorias.
Dificuldades técnicas e económicas afetaram o decorrer do projeto, mas este dotou o porto de Lisboa das infraestruturas necessárias, o que, conjugado com a criação do Conselho de Administração Autónomo, permitiu duplicar o movimento de mercadorias em apenas cinco anos.