Desde finais do século XVI que se verificou um interesse crescente holandês no comércio do açúcar, contando estes diretamente com Lisboa e Brasil para o fornecimento deste para os seus mercados. Contudo, a união dinástica à Espanha levou a que, em 1591, um alvará de Filipe II proibisse os navios estrangeiros de comerciar nos postos do reino, o que prejudicou gravemente os holandeses.
Para fazer frente às monarquias ibéricas agora unidas, as sete províncias holandesas coligadas decidiram formar uma república independente em 1585 e uniram os seus esforços no comércio marítimo com a criação da Companhia Privilegiada das Índias Orientais em 1602, considerando-se estender o conflito às regiões espanholas e portuguesas além-mar. O golpe de estado de 1618 e a influência de Maurício de Nassau dariam o impulso definitivo para o lançamento de ataques às possessões ibéricas, sendo criada em 1621 a Companhia das Índias Ocidentais, tendo o Brasil como um dos maiores alvos.
As hostilidades tiveram início em 1624 com a conquista de S. Salvador da Baía. Porém, foi recuperada um ano depois para ser saqueada logo em 1627. A capitania de Pernambuco, rica em produção de açúcar, era o alvo seguinte dos holandeses, pelo que se impôs o envio de uma esquadra espanhola-portuguesa para a sua defesa. Essa esquadra chegou a Recife a 23 de janeiro de 1628, sob o comando do Conde da Torre.
Não foi, no entanto, suficiente: um ano depois, uma expedição holandesa acabaria por conquistar essa região, só recuperada em 1654, após a insurreição pernambucana contra estes. A sua posse em mãos portuguesas só seria confirmada na Paz de Haia em 1661.