Como consequência do conflito entre França e Inglaterra, Napoleão Bonaparte impôs, em 1806, um Bloqueio Continental na Europa à Inglaterra, pelo que Portugal foi intimado em 1807 a cumprir o exigido, incorrendo no perigo de invasão. Atendendo a esta ameaça e não se cumprindo o pedido, iniciaram-se os preparativos da retirada da Família Real para o Brasil, estratégia equacionada em Portugal e que vinha a ser preparada.
A 22 de outubro de 1807, foi assinada numa convenção entre o Príncipe Regente D. João e o rei inglês Jorge III, estabelecendo a transferência da sede da monarquia portuguesa para o Brasil. No mês seguinte, as tropas francesas entraram em Portugal dirigindo-se rapidamente para Lisboa, pelo que a Família Real e milhares de outras pessoas importantes do Reino embarcaram em 23 navios de guerra e 31 navios mercantes com destino ao Brasil, largando a armada de Lisboa no dia 29 de novembro.
Da armada que largou da capital, a nau Rainha de Portugal que transportou o Príncipe Regente D. João e as infantas chegou à costa da Baía no dia 22 de janeiro de 1808, mas rumaram para Rio de Janeiro alguns meses depois, onde ficaram instalados permanentemente.
Com a sua partida, estava assegurada a continuidade do Reino até ao fim do conflito e, com a transferência do poder para o Brasil, dava-se os primeiros passos para o seu desenvolvimento e para o início para da sua futura independência, que sucedeu em 1822.