Faz hoje 60 anos que ocorreu, em Sagres, o desfile naval integrado nas comemorações do V Centenário da Morte do Infante D. Henrique, em que participaram mais de 40 navios e embarcações.
As celebrações Henriquinas, realizadas ao longo do ano de 1960, traduziram-se numa série de iniciativas, umas mais populares e outras mais académicas, cerimónias, inaugurações e outras festividades. De entre as comemorações, foi promovida a edificação, de forma mais perene, do Padrão dos Descobrimentos e criada a Ordem Honorífica do Infante D. Henrique, destinada a “distinguir quem houver prestado serviços relevantes a Portugal, no País e no estrangeiro, assim como serviços na expansão da cultura portuguesa ou para conhecimento de Portugal, da sua História e dos seus valores”.
Igualmente inserido nestas celebrações desfilou pela primeira vez, em 7 de agosto de 1960, diante do Promontório de Sagres, que simboliza a escola do Infante, uma esquadra internacional. Articulou-se nas cerimónias a visita oficial do então Presidente da República do Brasil, o Sr. Juscelino Kubistcheck de Oliveira.
Desde a noite de dia 5 de agosto de 1960 até às 13 horas do dia seguinte, foram saindo de Lisboa, um a um, os 6 grandes veleiros. Ao amanhecer de dia 7, todos estes navios se encontravam a norte dum ponto 8 milhas a NW do cabo de S. Vicente.
Faltava meia hora para o meio-dia quando se iniciou o grande desfile naval, em que participaram não só os veleiros, como ainda navios de guerra de diversos países – Argentina, Brasil, Canadá, Dinamarca, Espanha. Estado Unidos da América, França, Holanda, Itália, Reino Unido, República Federal da Alemanha e União Sul-Africana - bem como Navios da Armada Portuguesa. O navio-escola Sagres abriu o desfile, seguindo-se os outros grandes veleiros – o Mercator, da Bélgica; o Danmark, da Dinamarca; o Juan Sebastián El Cano, de Espanha; o Christian Radich, da Noruega; e, o Gorch Fock, da República Federal da Alemanha -, vindos do Norte, que em coluna passaram diante do Promontório, em direção a Lagos, com as tripulações alinhadas.
Ao passarem diante do Promontório de Sagres, os veleiros cruzaram-se com os navios que encabeçavam o desfile dos Navios de Guerra. Participaram, o cruzador La Argentina e o transporte Bahia Tethis, da Argentina; o cruzador Almirante Barroso e o transporte Custódio de Mello, do Brasil; os escoltadores Gatineau, St. Croix, Kootenay e Terra Nova, do Canadá; o navio auxiliar Aegir da Dinamarca; o cruzador Canárias e os contra-torpedeiros José Luís Diez e Ulloa de Espanha; o cruzador Des Moines e os destroyers Gyatt e Haynsworth, dos Estados Unidos da América; o cruzador Colbert e os escoltadores Guépratte e Casablanca, da França; o escolta Overijssel, da Holanda; as fragatas Centauro e Cigno, da Itália; o cruzador Bermuda e as fragatas Lynx e Wakeful, do Reino Unido, o navio-escola Alvsnabben, da Suécia; o destroyer Z-6 e a fragata Hipper da República Federal da Alemanha; e a fragata Vrysttat, da União Sul-Africana. Formavam a representação portuguesa o Aviso de 1º Classe Bartolomeu Dias, as fragatas Diogo Gomes, Nuno Tristão, Pero Escobar, Côrte-Real e Diogo Cão, o patrulha Porto Santo, o contra-torpedeiro Vouga, os draga-minas Ponta Delgada e Faial e o caça-minas Santa Maria.
A formação dos navios estendia-se por mais de 8 milhas, contando com mais de 13 mil marinheiros, proporcionando um cenário admirável de movimento, de evocação e de cor.