Faz hoje 150 anos que foi nomeado, pela sétima vez, Bernardo de Sá Nogueira de Figueiredo, mais conhecido por Marquês de Sá da Bandeira, para Ministro e Secretário de Estado dos Negócios e Domínios Ultramarinos.
Bernardo de Sá Nogueira de Figueiredo nasceu em Santarém a 26 de setembro de 1795, filho de Faustino José Lopes Nogueira e de D. Francisca Xavier de Sá Mendonça Cabral da Cunha Godolphim, era o mais velho de 14 irmãos. A sua vida militar começou aos 14 anos ao alistar-se na Arma de Cavalaria, seguindo em 1815 para a Academia Real da Marinha onde estudou Matemática e Física. Seguidamente, entre 1815-19, cursou na Academia Real de Fortificação, Artilharia e Desenho, Engenharia e Artilharia. Concluída esta fase, estudou Matemática e Filosofia em Coimbra até 1820, complementando a sua educação em Paris e Londres nos anos seguintes.
Liberal convicto aderiu à Revolução de 24 de agosto de 1820, conflito este também conhecido por Revolução Liberal, que representou a rutura de um regime absolutista para um regime de cunho liberal e constitucional. Esta fora uma opção política e ideológica que marcaria o resto da sua existência. Seguiram-se inúmeras batalhas inseridas num período de crise nacional, assinalada por uma violenta guerra civil entre liberais constitucionalistas e absolutistas, relativamente à sucessão régia. Sá Nogueira demonstrou uma significativa capacidade de liderança, traduzindo-se numa aproximação aos núcleos de D. Pedro. Findo o período de guerra civil em 1834, Sá da Bandeira, viria a desempenhar um papel de destaque como político nos vários governos seguintes. Entre o dia 10 de novembro de 1832 e 29 de outubro de 1870 Sá Nogueira ocupou, intermitentemente, o cargo de Ministro e Secretário de Estado dos Negócios e Domínios Ultramarinos.
Ao longo dos seus mandatos destacou-se por diversas iniciativas nomeadamente a criação da Escola Politécnica de Lisboa e da Academia Politécnica do Porto, ambas atinentes à Marinha, bem como a Escola do Exército. Promoveu a aquisição das primeiras corvetas de propulsão mista. Mandou atualizar os meios navais, a nível tecnológico, tanto quanto possível. Determinou ainda a construção dos brigues Vouga, Tâmega, Douro e Mondego, a barca Martinho de Melo e a aquisição de madeiras para a feitura dos vapores Barão de Lazarim e Maria Ana.
Bernardo de Sá Nogueira viria a falecer em Lisboa a 6 de janeiro de 1876. Esta figura do século XIX português presenciou, e contribuiu, para a transição de uma sociedade portuguesa em virtude do progresso tecnológico, industrial e científico, das mentalidades e das exigências morais e éticas que já se manifestavam na Europa.