Faz hoje 500 anos que Fernão de Magalhães, depois de ter passado o estreito a que deixou ligado o seu nome, e conseguindo navegar no Pacífico, passa o Equador para entrar no hemisfério boreal.
Até meados do século XIII os limites territoriais do reino continental português foram aumentando fruto da reconquista. Contudo, as limitações de recursos naturais, nomeadamente dificuldades de aprovisionamento cerealífero, recorrente dos maus anos agrícolas, e a deficiente extração de metais preciosos, consolidava uma situação dramática do quadro socioeconómico luso. Articulado a esta debilidade, o próprio finisterra do reino, não apenas em termos do ocidente europeu, mas até da própria Península, estimularam a exploração de um caminho próprio: o mar. E desde há muito que o mar ocupava um papel preponderante nas dinâmicas do reino. Verificamos então, a partir do século XV e XVI, e não só pela coroa portuguesa, uma série de iniciativas de exploração ultramarina que desafiavam o desenvolvimento de instrumentos de navegação e cartografia e motivava à vontade e bravura perante o desconhecido.
A esfericidade da Terra era uma ideia conhecida desde a Antiguidade. Contudo, foi Magalhães e a viagem por si iniciada que evidenciaram, definitivamente, que a Terra é redonda. A primeira viagem circum-navegação ao globo terrestre (1519-1521) foi empreendida por Fernão de Magalhães e terminada por Sebastião Elcano. Esta exploração representa um momento singular, um processo de integração global no conhecimento mental do coletivo humano. As comemorações conjuntas dos governos de Espanha e Portugal relativas aos 500 anos da viagem de circum-navegação trouxeram à memória do País o que foi esta empresa.
Fernão de Magalhães partiu do porto de Sevilha ao comando de uma frota de cinco caravelas de três mastros – Victoria, Trinidad, San Antonio, Concepción e Santiago – que fariam a expedição. Nesta viagem, ao serviço dos reis de Espanha, descobriu e navegou pelo Estreito de Magalhães e alcançou as Filipinas em 1521, onde foi morto. No decorrer desta viagem, depois de ter passado o estreito a que deixou ligado o seu nome, e conseguindo navegar no Pacífico, passa neste dia o Equador, por perto da longitude de 160º W de Greenwich, para entrar no hemisfério boreal.
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