Uma das tarefas que sempre foi considerada bastante importante na Marinha foi a formação prática dos seus recursos humanos. Para tal, são necessários navios-escola. Atualmente, quando se pensa em navio-escola pensa-se na barca Sagres, conhecida em todo o mundo, pelas suas caraterísticas velas com as Cruzes de Cristo. As gerações mais antigas ainda se recordam de uma outra barca, com o mesmo nome e que serviu como navio-escola até quase há 50 anos. Pode dizer-se que quase há um século que existe um navio com esse nome, dedicado à formação de gerações e gerações de marinheiros portugueses. Contudo, existem outros navios que também desempenharam essa função.
Durante a Primeira Guerra Mundial, Portugal apreendeu um veleiro alemão Rickmer Rickmers, que na década de vinte passou a servir de navio-escola. Foi batizado Sagres, certamente como homenagem à lendária escola do Infante D. Henrique.
Em 1962, chegou a Portugal um navio, que também fora apreendido à Alemanha, pelos EUA, no final da Segunda Guerra Mundial, o Albert Leo Schlageter. Serviu na Marinha Brasileira com o nome de Guanabara. Entretanto passou para Portugal, substituindo o anterior, e recebendo também o nome de Sagres. Alguns anos depois, o anterior regressou à Alemanha, onde é atualmente um navio-museu, com o nome original.
Roger Chapelet, pintor de Marinha francês, embarcou por diversas vezes no atual navio-escola Sagres. O seu fascínio pelo navio era tal que a ele dedicou várias pinturas, tendo também representado outros navios portugueses.