As atividades piscatórias fazem parte do quotidiano dos habitantes do território português desde a mais remota antiguidade. Com uma frente marítima bastante extensa e com algumas bacias fluviais de dimensões razoáveis, a pesca tem sido fundamental para a alimentação dos Portugueses e tem desempenhado um importante papel em termos económicos. No passado a religião católica tinha uma influência muito grande na regulação do dia-a-dia da população. O calendário católico impunha um número bastante significativo de dias de jejum, nos quais se proibia o consumo de carne, mas era permitido o peixe. A culinária adaptou-se a esta realidade, o que faz com que Portugal esteja nos primeiros lugares, a nível mundial, em termos de consumo de pescado per capita.
A pesca levada a cabo pelos Portugueses tem uma componente tradicional bastante vincada. Foram desenvolvidas embarcações de tipologias muito variadas, consoante os locais. Sendo embarcações de construção artesanal apresentam muitas delas caraterísticas peculiares. Os navios portugueses distinguiram-se também na pesca longínqua, nomeadamente na pesca do bacalhau, especialmente nos bancos da Terra Nova. O bacalhau tornou-se dos produtos fundamentais da dieta nacional.
O Museu de Marinha possui um notável espólio de modelos de embarcações de pesca. Na sua maioria pertencem à coleção Seixas. Os modelistas que trabalharam nas oficinas Seixas percorreram o país para recolherem dados sobre as embarcações dos diferentes locais, reproduzindo depois as mesmas de modo detalhado. Esse detalhe passava pela reprodução do próprio número de registo da embarcação representada.