Em pleno século XVII, Portugal assumia-se como um império caracteristicamente marcado pela descontinuidade espacial. O oceano, ao invés de constituir um limite territorial, era o elo que assegurava a união e a articulação entre as demais partes, espalhadas pelo mundo, que constituíam este império.
Por esta razão, tratando-se de uma potência oceânica, Portugal necessitava de uma estratégia que assegurasse a sua soberania no mar. Tal só seria possível se esta estratégia se fundamentasse na permanente vigilância dos mares, no desenvolvimento das técnicas de defesa e combate naval, e na própria renovação da armada.
É neste contexto que surge um novo tipo de navio, assumidamente maior, mais possante, fortemente armado e profusamente decorado, e retratado em quadros da época. Estamos, pois, perante navios que, mais do que meios de transporte ou armas de guerra, constituíam símbolos de ostentação e poder por parte das respectivas casas reais.
Inseridos neste espírito de afirmação de soberania no mar, encontram-se os exemplos da nau «Príncipe da Beira», da fragata «Ulysses», da fragata «Rainha de Portugal» e da emblemática fragata «D. Fernando II e Glória», os grandes veleiros que representaram o apogeu da “Era da Vela”.