O clima e a geografia do litoral português, favoreceram o desenvolvimento de uma intensa actividade piscatória que, desde a época Romana, originou inúmeros aglomerados populacionais. A par destas comunidades que foram surgindo, a pesca costeira conheceu diferentes artes e embarcações que, pela sua peculiaridade, enriqueceram as tradições regionais.
Tendo origem muito antes da fundação do país, a pesca costeira assume, desde cedo, um importante significado na tradição marítima portuguesa.
Ao percorrer o mapa das regiões costeiras, esta sala relata diferentes tradições, nascidas de uma realidade comum: o mar - território íntimo mas ambíguo, fonte de riqueza e de luto, onde o tempo e os recursos são incertos.
A lancha Poveira, o Galeão da Nazaré, o saveiro da Caparica, a muleta do Seixal, o caíque algarvio e o bote baleeiro dos Açores, são alguns dos exemplares que testemunham, à semelhança das pinturas, um modo de vida vulnerável, talhado pelo risco e a imprevisão do mar.
Através de modelos que ilustram a sua traça original ou representam embarcações já extintas, esta sala retrata a história de uma actividade artesanal que tem procurado resistir aos sinais do tempo.