Bartolomeu Dias foi um dos mais ilustres navegadores dos Descobrimentos Marítimos Portugueses. Desconhecendo-se ainda a data e o local do seu nascimento, da sua atividade durante os primeiros anos da sua vida também pouco sabemos, apenas que possa ter estado envolvido em ações de corso, estando por isso a sua vida desde cedo relacionada com aspetos marítimos.
Mais tarde, vai ser pela mão de D. João II, de quem fora escudeiro, que em 1487 vai dar continuidade às viagens de exploração de Diogo Cão ao longo da costa ocidental africana, cumprindo a vontade deste monarca em alcançar a Índia por via marítima.
Nomeado capitão-mor de uma armada composta por 2 caravelas e uma naveta de mantimentos, parte do Tejo, Lisboa, em agosto 1487 com o grande objetivo de alcançar a passagem que permitisse aos futuros navios portugueses passar do Oceano Atlântico para o Oceano Índico. Navegando sempre para Sul, ao longo do litoral ocidental do continente africano, acabaria por chegar, em fevereiro de 1488, ao tão desejado Cabo das Tormentas, assim por ele apelidado. Ao desembarcar em Mossel Bay, na África do Sul, após dobrar este Cabo, tornou-se no primeiro europeu a conseguir tal proeza.
Esta viagem permitiu a criação de uma passagem que faria a tão desejada ligação entre o Oceano Atlântico e o Oceano Indico, o que fez com que, mais tarde, fosse possível a descoberta do caminho marítimo para a India. Isto levou a que, na viagem de regresso de Bartolomeu Dias e após o sucesso desta expedição, D. João II, apelidasse o anterior “Cabo das Tormentas” de “Cabo da Boa Esperança”.
Bartolomeu Dias acabaria por falecer em 1500, quase de forma irónica, ao comando de um navio da Armada de Pedro Alvares Cabral, justamente ao largo do Cabo por ele apelidado das “Tormentas”, na África do Sul, local que acabaria por inscrever o seu nome de forma perene na historia da navegação portuguesa.