Museu de Marinha condecorado como membro honorário da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada
O Presidente da República condecorou, no passado dia 27 de junho, o Museu de Marinha, com o título de membro honorário da Ordem Militar de Sant´Iago da Espada, numa cerimónia que contou também com a presença do Almirante Chefe do Estado-Maior da Armada, do Diretor da Direção Cultural de Marinha, do Diretor do Museu de Marinha e várias entidades civis e militares.
A Ordem Militar de Sant´Iago da Espada destina-se a distinguir “o mérito literário, científico e artístico” de entidades ou instituições que se distinguem nestas áreas da sociedade e muito honra este Museu este reconhecimento.
O Museu de Marinha foi criado há 161 anos, em decreto de 22 de julho de 1863, por iniciativa do rei D. Luís. Inicialmente, foi instalado junto da Escola Naval, numa função essencialmente didática e, para a constituição do espólio, foram recolhidos os modelos de navios existentes no Palácio da Ajuda que D. Maria II havia doado à Academia Real de Guardas-Marinhas.
No entanto, em 18 de abril de 1916 um incêndio, na Sala do Risco, onde funcionava a Escola Naval, consumiu um grande número de peças do espólio museológico.
Com a programada transferência da Escola Naval para a Base Naval do Alfeite, nos anos 30 do século passado, foi nomeada uma comissão, presidida pelo Almirante Gago Coutinho, destinada a preparar a transferência para o edifício do Mosteiro dos Jerónimos, do Museu Naval Português, criado pelo Decreto-Lei nº 24.409 de 24 de Agosto de 1934. Com a conjuntura internacional da década de 40, do século XIX, os intentos de mudança do Museu ficam suspensos, mas, em 1948, por falecimento de Henrique Maufroy de Seixas, o Museu vai acolher a sua notável coleção naval e marítima, constituída por milhares de fotografias, centenas de modelos de embarcações, aguarelas, quadros e planos de navios.
Com esta relevante incorporação foi necessário encontrar um local adequado para albergar o espólio e o Museu foi instalado, em parte e provisoriamente, no Palácio do Conde de Farrobo, nas Laranjeiras. Abriu pela primeira vez, ao público, em finais de 1949. Em 1954 e 1956, foram retomados os trabalhos para estudar a possibilidade de transferir, definitivamente, o Museu de Marinha para o Mosteiro dos Jerónimos e esta mudança sucedeu a 15 de agosto de 1962, onde permanece até à data. Ao longo destes 161 anos de existência, múltiplas guarnições trabalharam para aumentar, manter e divulgar as peças deste espólio.
O Museu de Marinha detém hoje, no seu acervo, mais de 24.000 peças, para além do arquivo de fotografia – com cerca de 100.000 fotografias – desenhos e planos de navios – cerca de 250 – de entre as quais se selecionam 2.000 que constituem a exposição permanente.
Neste milénio, o Museu, foi visitado por, aproximadamente, 3 milhões de pessoas das mais diversas idades e nacionalidades. Presidentes, monarcas, entidades civis, diplomáticas e militares, turistas, cidadãos nacionais e escolas encantaram-se com História Nacional vertida nas peças em exposição e que constitui um testemunho extraordinário da história marítima dos portugueses e dos serviços prestados à Humanidade.