Teve lugar no Pavilhão das Galeotas do Museu de Marinha, no dia 18 de julho, um conjunto de conferências que tiveram por fito evocar o centenário do afundamento do caça-minas “Roberto Ivens”, causado pelo rebentamento de uma mina fundeada por um submarino alemão, no contexto da Grande Guerra.
Do programa deste seminário, organizado em conjunto, pela Escola Naval e pela Comissão Cultural de Marinha, as comunicações centraram-se na participação de Portugal na Grande Guerra (Comandante Baptista Valentim), na investigação que conduziu à identificação e localização dos destroços do Caça-minas “Roberto Ivens” (Drs. Paulo Costa e Alexandre Monteiro, investigadores do Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa), e nos projetos que o CINAV (Centro de Investigação Naval) (Comandante Alves Salgado) tem em curso.
No dia seguinte, 19 de julho, dois navios da Marinha de Guerra Portuguesa, o N.R.P “Bartolomeu Dias” e o N.R.P “João Roby” deslocaram-se até à posição onde se encontram os destroços do navio. Neste local, com as altas entidades do Estado Português e das suas Forças Armadas a bordo do N.R.P “Bartolomeu Dias”, foram proferidas umas breves palavras pelo senhor Ministro da Defesa Nacional e pelo senhor Primeiro-Ministro. De seguida foi efetuada uma evocação pelo Capelão Licínio, foram prestadas honras fúnebres, lançada à água uma coroa de flores e efetuada uma salva de três tiros pelo N.R.P “João Roby”. Embarcaram também os descendentes (netos) do 1º Tenente Raúl Cascais, comandante do navio afundado.
O Caça-minas “Roberto Ivens”, um arrastão da pesca do alto construído em 1906 (o “Lordelo”), requisitado em 1916 para ser transformado em caça-minas, deslocava 281 toneladas, media 42,72 m de comprimento e tinha uma lotação de 22 homens. No dia 26 de julho de 1917, passavam quize minutos das 15 horas, o Caça-minas “Roberto Ivens” embateu contra uma mina e afundou-se a cerca de 4 milhas a sul do Bugio, desaparecendo rapidamente. Este acidente causou a morte do seu comandante, 1º Tenente Raúl Alexandre Cascais, de três sargentos e de 11 praças, ficando ainda ferido o Capitão da Marinha Mercante Francisco António Biaia.