No dia 5 de julho de 1833, no contexto da guerra civil portuguesa, travou-se uma batalha naval no Cabo de São Vicente, entre as forças liberais e miguelistas, confronto que acabou por ser decisivo no desenrolar deste conflito, tendo também sido o último exclusivamente travado entre navios de vela.
A esquadra liberal, sob o comando do Vice-almirante Charles Napier, era constituída por três fragatas, uma corveta, um brigue e uma escuna, num total de 6 navios. Determinado a garantir o controlo da faixa atlântica portuguesa, de modo a apoiar as operações terrestres das forças liberais, Napier decidiu enfrentar a esquadra miguelista, ainda que esta estivesse em superioridade numérica, sendo constituída por duas naus, duas fragatas, três corvetas, dois brigues e um xaveco, num total de 10 navios.
Os miguelistas, preparados para um duelo de artilharia, foram surpreendidos quando Napier lançou-se à abordagem do inimigo, tentando o aprisionamento dos seus navios. Após alguma luta, os navios miguelistas começaram a render-se, seguindo o exemplo do comandante-chefe Torres de Aboim, cuja nau se rendeu sem dar um único tiro. Com esta vitória, as forças liberais conseguiram o total controlo do mar, contribuindo para a sua vitória na guerra, concretizada menos de um ano depois.