Em Agosto de 1897, a Marinha Portuguesa aumentava ao efetivo o seu primeiro cruzador moderno – o Adamastor.
Mandado construir no Estaleiro Fratelli Orlando, em Livorno, Itália, o cruzador Adamastor foi o primeiro cruzador moderno da Marinha Portuguesa, surgindo da necessidade de renovação da sua frota. Durante a sua longa e intensa vida operacional, este navio esteve presente em diversos períodos de grande relevo na história de Portugal.
Em 1890, o Ultimato Britânico, que forçou Portugal a ceder os seus territórios africanos entre Angola e Moçambique, tornou claro, perante a opinião pública, que a Marinha Portuguesa se encontrava desprovida de meios operacionais capazes de salvaguardar a defesa dos interesses nacionais perante eventuais ameaças externas. Como consequência, foi criada uma Subscrição Nacional, com vista à aquisição de novas unidades navais destinadas à defesa da soberania portuguesa nos territórios ultramarinos. Adquirido com os fundos desta subscrição pública, o Adamastor foi aumentado ao efetivo dos navios da Armada em 2 de agosto de 1897, tendo tido como primeiro comandante, o Capitão-de-mar-e-guerra Francisco Joaquim Ferreira do Amaral.
Em 15 de Agosto de 1897, a Comissão Executiva da Subscrição Nacional fez lavrar o Auto da Entrega do Cruzador Adamastor ao Governo Português, cumprindo assim a sua missão.
Após diversas comissões em Angola, Moçambique e Extremo Oriente, a 4 de outubro de 1910, encontrando-se no Tejo, deu o sinal para o início da Revolução Republicana, fazendo disparar 3 tiros das suas peças. Mais tarde, em 1916, desempenhou um papel fundamental nos combates travados contra forças alemãs na foz do rio Rovuma, no norte de Moçambique, as quais ameaçavam a soberania portuguesa naquele território.
Em 1926, o cruzador Adamastor regressou ao Extremo-Oriente, ficando ao serviço do território de Macau e da comunidade portuguesa em Xangai. Em 1933 o navio tornou a Portugal, tendo sido abatido ao efetivo dos navios da Armada a 16 de novembro desse mesmo ano.