A Batalha Naval do Cabo Matapão, travada no dia 19 de julho de 1717, foi determinante para deter a ameaça turca no Mediterrâneo Ocidental. A Marinha Portuguesa, respondendo ao pedido de auxílio por parte do Papa Clemente XI e da República de Veneza, teve um papel decisivo na vitória das forças aliadas, numa época onde a relação entre Portugal e a Santa Sé tem o seu foco na ameaça do Império Otomano no Mar Mediterrâneo.
Numa tentativa de anular essa crescente expansão, e promovendo também a afirmação internacional de Portugal no ponto de vista estratégico, saiu do Tejo a 25 de abril de 1717, uma esquadra de 11 navios sob o comando do Chefe de Divisão, Lopo Furtado de Mendonça, Conde do Rio Grande. Inicialmente, a esquadra dirigiu-se para Corfu, na Grécia, onde se reuniu com as armadas de Veneza, Florença, Malta, França e dos Estados Pontifícios. Prosseguindo para sul, as forças cristãs, contando agora com 34 navios, vão encontrar as forças turcas, compostas por 48 navios, ao largo do Cabo Matapão.
Durante o combate, os navios portugueses destacaram-se, investindo sobre a frota turca mesmo após os seus aliados terem começado a retirar. Após um intenso duelo de artilharia naval, as forças turcas acabaram por ser derrotadas, em grande parte devido à ação da esquadra de Lopo Furtado de Mendonça. A Armada Portuguesa esteve no centro das atenções internacionais, já que esta vitória terá contribuído para o aumento da projeção de Portugal a nível a nível europeu, da importância da política externa e de um estreitamento das relações entre D. João V e a Santa Sé, levando, mais tarde, à criação do Patriarcado de Lisboa.
Imagem:
Nau “Nossa Senhora da Conceição”, de 80 peças, que tomou parte na batalha. Pintura de Alberto Cutileiro.