A canhoneira Beira foi construída no Arsenal da Marinha, em Lisboa, e foi o sétimo navio de construção metálica (aço) a ser feito nesse local, e o último lançado à água na vigência da Monarquia, a 8 de junho de 1910. Com a previsão de a colocar no serviço colonial, a canhoneira Beira entrou ao efetivo dos navios da Armada em 30 de dezembro de 1910, sendo atribuída de imediato, e ao contrário do que estava previsto, à fiscalização da pesca na costa portuguesa, onde efetuou numerosas comissões.
Deu nome à sua classe, onde se construíram logo de seguida, as canhoneiras “Ibo”, “Bengo”, “Mandovi”, “Quanza”, “Zaire”, Damão” e “Diu”, havendo algumas alterações entre elas, e o qual levou posteriormente, a que as canhoneiras desta classe fossem apelidadas de “Cruzadores de Algibeira”, devido à sua elegante silhueta.
Esteve também por diversas vezes em Cabo Verde e Angola, durante o período da Grande Guerra. Em Cabo Verde, na ilha de S. Vicente, deu-se um episódio marcante quando em 4 de dezembro de 1916, juntamente com a canhoneira “Ibo”, saíram para atacar um submarino alemão que tinha surgido à entrada do porto. Em 1924 integrou a Divisão Naval Colonial, e em 26 de outubro de 1924 saiu para um périplo de África com o cruzador “República”, acompanhada pelas canhoneiras “Ibo” e “Bengo”, e com o transporte “Gil Eanes”. Regressou a Lisboa no ano seguinte, e entre 1926 e 1928 efetuou uma longa comissão nos Açores.
Ainda se deslocou para Angola em 1933, de onde regressou dois anos depois. Em 20 de Agosto de 1936 passou a integrar o serviço hidrográfico, sendo abatida ao efetivo dos navios da Armada como canhoneira nesse mesmo ano.
Imagem:
- Canhoneira "Beira" com pintura camuflada em S. Vicente de Cabo Verde durante a Grande Guerra de 1914-18.