Construída nos Estaleiros “Parry & Son”, em Cacilhas, a canhoneira Chaimite foi aumentada ao efetivo dos navios da Armada no dia 15 de novembro de 1898. Foi o primeiro navio de aço da Marinha Portuguesa construído em Portugal, através dos planos elaborados sob direção do Comandante Eugénio Andrea.
O surgimento do Ultimato Britânico em 1890 levou a que fosse necessário garantir uma Marinha capaz de proteger os interesses de Portugal em terra e no mar. Com a assinatura da Grande Subscrição Nacional no mesmo ano, foi possível, através das verbas reunidas, adquirir parcialmente a canhoneira Chaimite e o cruzador Adamastor.
Em janeiro de 1889 a Canhoneira Chaimite partiu rumo à província ultramarina de Moçambique onde chegou a 20 de abril. A sua atividade operacional iniciou-se quando serviu a Esquadrilha do Zambeze até agosto de 1900 e, após esse empenhamento, participou na missão de levantamento hidrográfico nas baías do Mossuril e de Lourenço Marques, na missão de balizagem do Chinde e Quelimane, e ainda esteve envolvida na repressão à escravatura na área de Angoche, em paralelo com outras operações militares na costa moçambicana. Em 1915, durante os confrontos em África, serviu de apoio ao cruzador Adamastor nas operações do Rovuma, rio que separa Moçambique, antiga colónia portuguesa, da Tanzânia, antiga colónia alemã.
A canhoneira Chaimite marcou um avanço, não só na construção naval portuguesa, mas igualmente na introdução de novas tecnologias a bordo, com destaque para o gerador elétrico, para iluminação e alimentação de um projetor. A 20 de maio de 1920 foi abatida ao efetivo dos navios da Armada.