A República Portuguesa foi proclamada no dia 5 de outubro de 1910, colocando um fim ao regime monárquico que vigorava desde o início da nacionalidade. No movimento revolucionário responsável por esta alteração de poder, a Marinha teve um papel decisivo, estando presente num importante momento deste processo.
A insatisfação geral que se fazia sentir na sociedade portuguesa começou a vincar-se ainda em 1890, durante o reinado de D. Carlos, aquando do Ultimato Britânico. Foi D. Carlos que acabou por ceder às pretensões inglesas sobre os territórios portugueses em África, o que causou um grande descontentamento no seio da opinião pública portuguesa em torno da figura real, em particular, e do regime monárquico, em geral.
Todo este sentimento de insatisfação veio a culminar no regicídio de 1908, que teve lugar no Terreiro do Paço e que acabaria por tirar, não só a vida ao rei D. Carlos, como a do seu filho e herdeiro, Príncipe Real D. Luís Filipe de Bragança. Por força das circunstâncias, sobe ao poder o seu segundo filho, D. Manuel, que lá permanecerá apenas 2 anos, até ao movimento revolucionário de 1910.
Na madrugada do dia 4 de outubro, o Cruzador Adamastor, que se encontrava fundeado no rio Tejo, frente à Praça do Comércio, dá o sinal para o início da revolução republicana, fazendo disparar três tiros à uma hora da madrugada contra o Palácio das Necessidades. É também nesse momento, a bordo do Adamastor, que é içada uma bandeira republicana, a qual dava assim o sinal para o início da revolução. Na manhã do dia 5, proclamava-se a partir do Paço do Concelho a República Portuguesa, dando-se início a um novo período na História Portuguesa.