A 3 de abril de 1963, um violento incêndio destruiu grande parte da estrutura daquela que foi considerada como a última nau portuguesa da Carreira da Índia, a fragata D. Fernando II e Glória, que esteve ao serviço da Marinha Portuguesa entre 1845 e 1878.
A fragata, até à data do incêndio, encontrava-se fundeada no Mar da Palha, em pleno estuário do Rio Tejo, e servia de sede à Obra Social Fragata D. Fernando, instituição destinada ao acolhimento de rapazes oriundos de famílias de poucos recursos económicos e que ali recebiam instrução escolar e treino de marinharia.
O incêndio teve origem no porão onde estavam a ser realizados trabalhos de reparação com soldaduras a oxigênio, e que se alastraram rapidamente por toda a estrutura. A bordo, encontravam-se crianças e pessoal afeto à Obra Social, alguns dos quais, apesar do atempado salvamento levado a cabo pela Marinha e pelos Bombeiros de Cacilhas, não deixaram de sofrer pequenas queimaduras e ferimentos ligeiros.
Após o grande incêndio a fragata ficou encalhada num baixio até 1992, altura em que foi decidido promover a sua recuperação através de um projeto considerado pelo Governo de interesse cultural, enquadrado na Lei do Mecenato. A sua reconstrução teve lugar no estaleiro Ria Marine, em Aveiro e, em 1997, regressou a Lisboa a fim de completar os trabalhos de restauro no Arsenal do Alfeite e ser equipado como navio-museu.
Atualmente a fragata encontra-se em doca seca, em Cacilhas, aberta ao público como navio-museu, sendo um Pólo Museológico do Museu de Marinha.