No dia 18 de abril de 1916, um incêndio de grandes dimensões destruiu a antiga Sala do Risco do Arsenal em Lisboa, onde se encontrava instalado o Museu de Marinha, consumindo pelas chamas grande parte da sua coleção.
Após a sua criação em 22 de julho de 1863, por decreto do rei D. Luís, o Museu de Marinha ficou instalado no edifício onde funcionava a Escola Naval. Com uma função principalmente didáctica, este Museu tinha como objectivo aprofundar a relação entre os cadetes e o mar, através da história contada a partir dos mais diversos modelos de navios. Inicialmente, o espólio era constituído, não só por modelos navios do Palácio da Ajuda, doados por D. Maria II à Academia Real de Guardas-marinhas, como simultaneamente por peças da própria Escola Naval.
Assim funcionou até ao dia 18 de abril de 1916, dia em que ocorreu um incêndio de grandes dimensões na Sala do Risco, nas instalações da antiga Escola Naval. Este incêndio resultou numa perda incalculável para o Museu, que viu grande parte do seu espólio ser destruído, nomeadamente a quase totalidade de modelos de navios, alguns destes datados do século XVIII.
A necessidade de dotar o Museu de Marinha com novas e adequadas instalações, merecedoras do valor das suas coleções, era cada vez maior. Porém, o mesmo manteve-se em funcionamento no mesmo local, com o espólio que conseguiu recuperar deste trágico acidente. Só em 1962 é que o Museu de Marinha viria a conhecer as suas instalações definitivas, no Mosteiro dos Jerónimos.