Construído nos Estaleiros da Companhia da União Fabril (CUF) por encomenda da Parceria Geral de Pescas, este lugre foi lançado à água no dia 10 de maio de 1937, sendo batizado com o nome Creoula.
Concebido para a pesca longínqua, o Creoula participou em diversas Campanhas de pesca do bacalhau até 1973. Habitualmente, largava de Lisboa em abril rumo aos bancos da Terra Nova, Nova Escócia e Saint Pierre até ao final de maio, consoante condições meteorológicas.
Ao longo desta viagem reabastecia de iscos, frescos, mantimentos e aguada em alguns portos, seguindo depois para a Gronelândia, onde chegava em meados de junho, recomeçando a pesca na costa oeste do estreito de Davis, prevista até setembro. No seu regresso, rumava novamente aos bancos da Terra Nova, e por lá permanecia até meados de outubro. Passados cerca de seis meses após a partida, regressava então a Portugal, até à margem do rio Coina, junto das instalações do seu armador, no Barreiro, onde durante o inverno eram realizadas ações de conservação e manutenção.
Até 1973 o Creoula efetuou 37 campanhas e chegou a pescar cerca de 36 toneladas de bacalhau num só dia. Em 1979 este lugre foi adquirido pela Secretaria de Estado das Pescas com o intuito de preservar e musealizar o último veleiro português da pesca longínqua no Atlântico Norte. Porém, dadas as boas condições em que o navio se encontrava, decidiu-se que o mesmo se manteria apto a navegar e se transformaria em Navio de Treino de Mar (NTM), com o intuito de dar apoio à formação de pescadores e para possibilitar a vivência de jovens com o mar.
Para isso, este navio sofreu algumas adaptações estruturais, principalmente no respeitante a habitabilidade, para que conseguisse desempenhar a sua nova missão. Mesmo com as suas posteriores alterações procurou-se, sempre que possível, manter a sua traça original.
No dia 1 de junho de 1987 o navio foi formalmente entregue ao Ministério da Defesa Nacional, passando a ser designado como Unidade Auxiliar da Marinha (UAM 201) e classificado como Navio de Treino de Mar (NTM). A partir daí tem vindo a realizar cruzeiros destinados a futuros profissionais do mar e a jovens interessados, os quais se integram na vida diária de bordo, desempenhando as tradicionais tarefas de bordo.