D. Manuel nasceu em Alcochete a 31 de maio de 1469 e foi aclamado rei de Portugal a 27 de outubro de 1495, após a morte do seu primo e cunhado D. João II.
Durante o seu reinado foram efetuados bastantes progressos na expansão marítima dos portugueses, tais como a primeira ligação marítima entre o oceano Atlântico e o Indico, tendo Vasco da Gama capitaneado uma expedição que chegou à Índia em 1498; a descoberta do Brasil em 1500 por Pedro Álvares Cabral; a chegada à Terra Nova (Canadá) por Gaspar Corte-Real também em 1500; ou a conquista de Goa em 1510 e Malaca em 1511 por Afonso de Albuquerque.
Estabeleceu assim um poder marítimo efetivo no Oriente e para que tal tenha sido possível, foi necessário assegurar a utilização do poder naval, através das sucessivas armadas que seguiam para o Oriente, transportando militares, pólvora e peças de artilharia, como o “berço manuelino”, uma peça de retrocarga que disparava projeteis rasantes à linha de água, algo que se tornou uma característica dominante da artilharia naval portuguesa no século XVI. Tanto a nível militar como científico o trabalho de desenvolvimento foi contínuo, tendo havido um notável progresso tecnológico da construção naval, dos instrumentos náuticos, da cartografia e cosmografia.
A nível interno, a organização do Estado passou por uma série de reformas e mudanças com a publicação das “Ordenações Manuelinas”. Também na arte, foi desenvolvido o estilo “manuelino” com a temática da epopeia dos Descobrimentos, presente em vários monumentos de Portugal e em especial no Mosteiro dos Jerónimos, mandado construir exatamente por D. Manuel e financiado por uma percentagem do comércio com o Oriente e África. Atualmente, as alas Norte e Oeste constituem o próprio Museu de Marinha.
Neste comércio havia um tipo de produto que se destacava, as especiarias, e com destaque para a pimenta, inicialmente considerada a principal e mais valiosa, e a canela. Estabeleceram-se e consolidaram-se as rotas de transporte e de comércio marítimo que, pela primeira vez, assumiram uma escala planetária. D. Manuel I, o Venturoso, viria a morrer em Lisboa, a 13 de dezembro de 1521.
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- Pintura de D. Manuel I da autoria de Alberto Cutileiro, 1960.