D. Maria, filha primogénita de D. José I, governou como rainha entre 1777 e 1792, antes de sofrer de demência, razão pela qual o filho, futuro D. João VI, assegurou o reino em seu nome. Morreu a 20 de março de 1816 no Brasil, para onde a família real escapou na sequência das Invasões Francesas.
O Bergantim Real foi mandado construir pela rainha para os esponsais de seu filho com a princesa Carlota Joaquina, que se realizaram em 1784. A construção iniciou-se em 1780, sob a direção de Torcato José Clavina, importante construtor naval do Arsenal Real de Marinha.
A embarcação tem 40 remos, manobrados por dois remadores, exceto os 2 remos da proa. É provavelmente a galeota mais ricamente ornamentada de toda a colecção do Museu de Marinha, com inúmeras figuras mitológicas representadas em fina talha dourada.
Ao longo da sua vida ativa participou em acontecimentos históricos de elevado significado tais como o transporte, em 1808, da Família Real para bordo da esquadra que a levaria para o Brasil, estando também presente em 1821, no transporte de D. João VI, no regresso daquele território, que então ainda era português. Transportou ainda diversos monarcas estrangeiros de visita a Lisboa, sendo utilizada pela última vez em 1957, na visita da rainha Isabel II, de Inglaterra, a Portugal.
Veja aqui o Bergantim Real, que transportou a Rainha Isabel II de Inglaterra, na sua visita a Portugal, em 1957.