Pedro Nunes foi um dos principais astrónomos e matemáticos portugueses do século XVI, deixando-nos uma extensa obra e produção científica, ainda hoje observável no Nónio de Pedro Nunes, inserido num quadrante, entre outro espólio, presente na exposição permanente do Museu de Marinha.
Nascido em Alcácer do Sal em 1502, foi um dos nomes mais influentes no meio académico e científico da Europa no seu tempo. Além de distinto matemático, foi também cosmógrafo e professor na Universidade de Coimbra.
Conhecedor profundo dos tratados gregos e medievais sobre geometria e matemática, Pedro Nunes exerceu o cargo de cosmógrafo-mor do reino, o que o obrigou a trabalhar de forma muito estreita com os pilotos e navegadores portugueses que na altura sulcavam os mares do mundo. Dos seus trabalhos científicos destaca-se o cálculo da duração dos crepúsculos em "diferentes climas" (latitudes) e a invenção do nónio, um acessório que, adaptado à linha graduada do astrolábio ou do quadrante, permitiria medir as alturas dos astros até à fração de grau, embora este instrumento só viesse a materializar-se muito mais tarde, pela ação de Pierre Vernier, que ligaria a escala auxiliar à alidade móvel. Outra grande inovação trazida por Pedro Nunes foi o conceito de "linha de rumo" ou Loxodromia, que permitia calcular a menor distância entre dois pontos numa superfície esférica.
A sua extensa obra teve um enorme impacto na Europa do século XVI, revelando-se a sua influência nos tratados matemáticos, astronómicos e cartográficos produzidos por alguns dos maiores especialistas europeus, mesmo várias décadas após o seu falecimento em Coimbra, em 11 de agosto de 1578.