A 4 de maio de 1968 foi aumentado ao efetivo dos navios da Armada Portuguesa o NRP Barracuda, após quatro anos da assinatura do seu contrato de aquisição. Mesmo após a sua entrega à Marinha Portuguesa, o navio permaneceu em águas francesas de forma a completar o aprontamento da guarnição. Iniciou-se assim a longa vida operacional daquele que viria a ser o submarino militar com mais anos de serviço no Mundo.
Construído nos Estaleiros Dubigeon-Normandie, em Nantes (França), foi fabricado de acordo com os planos dos submarinos franceses da classe “Daphné”. Os seus primeiros anos foram passados em ações de formação e aprontamento da sua guarnição, uma vez que a tecnologia e sistemas que empregava eram completamente inovadores, quando comparados com os submarinos da anterior esquadrilha.
A sua atividade operacional passou pelo desempenho de missões de patrulha nas águas nacionais e em exercícios, quer no âmbito interno quer em contexto internacional, como nas Ilhas Britânicas, Ilhas Canárias e no Mediterrâneo Ocidental. Uma das missões mais marcantes ocorreu a 14 de dezembro de 1982, quando saiu para o mar com o objetivo de torpedear e afundar o navio mercante Bandim. Este navio encontrava-se à deriva e semi-submerso na costa portuguesa, com gás propano e butano liquefeitos, constituindo um perigo para a navegação naquelas águas. Este episódio ficou marcado por terem sido utilizados, pela primeira vez, torpedos de combate.
Após 42 anos ao serviço da Marinha Portuguesa, o NRP Barracuda desempenhou a sua última missão em 2010. Atualmente encontra-se em doca seca no antigo estaleiro naval Parry & Son, em Cacilhas, com o intuito de ser musealizado e transformado em navio-museu.
Imagem:
O NRP Barracuda em provas de mar. Nates (França) 1968.
Imagem gentilmente cedida pelo Comandante Oliveira Bento.