A 1ª Invasão Francesa levou a Família Real, acompanhada de parte da corte, a partir a 29 de novembro de 1807 para o Brasil, a bordo de uma esquadra, sob o comando do Chefe de Divisão Manuel da Cunha Sottomayor, numa manobra já prevista e planeada em anteriores conflitos para salvaguarda da soberania Nacional.
A Armada Real estava bem equipada, devido à atuação brilhante dos últimos Secretários de Estado da Marinha. Fundeadas no Tejo, estavam 11 naus, nove fragatas, três brigues e uma escuna que compunham o poder naval nacional, à data em que os exércitos de Napoleão entraram no país.
O Poder Marítimo português, então de valor significativo na Europa (e por esse motivo cobiçado pelos Estados beligerantes) permitiu salvaguardar a independência nacional retirando o Príncipe Regente, a Corte, o Governo e algumas importantes instituições do Estado, para o Brasil, impedindo que fossem aprisionados pelo invasor, como acontecera na maioria dos Estados Europeus, contrariando assim os planos de Napoleão.
A Armada Real e a Marinha Mercante portuguesa, dotadas de numerosos e excelentes navios com oficiais e guarnições treinadas e experientes, reuniram em Lisboa mais de meia centena de navios capazes de transportar para o outro lado do Atlântico um elevado número de pessoas (estima-se em mais de 15.000) e material, sem a perda de um único navio. A fragata Ulisses, construída em Lisboa e lançada à água em 1792, fez parte dessa mesma esquadra que largou do Tejo com essa missão.