O Tratado de Saragoça foi um tratado assinado entre as Coroas de Portugal e Espanha, com o objetivo de traçar um novo meridiano que delimitaria as zonas de influência portuguesa e castelhana no Pacífico.
A “questão das Molucas”, aspeto central neste novo tratado, levantou-se com a primeira viagem de circum-navegação realizada por Fernão de Magalhães, que em novembro de 1521 alcançou as ilhas Molucas. O problema para Portugal, que reclamava a prioridade de ocupação daquelas ilhas, é que esta viagem mostrava que os espanhóis poderiam alcançar as mesmas navegando pela sua zona de influência, segundo o acordado no Tratado de Tordesilhas (1494).
O clima de tensão entre as duas Coroas vai aumentar até que, em 1524, vai ser criada a Junta de Badajoz-Elvas, para definir um antimeridiano em relação aquele que fora traçado no Tratado de Tordesilhas. O acordo vai falhar porque as duas Coroas vão continuar a defender que aquelas ilhas estavam na sua área de influência até que, no dia 22 de abril de 1529, e após diversas tentativas falhadas, o monarca português D. João III e o monarca espanhol D. Carlos V, vão assinar aquele que ficaria conhecido como o Tratado de Saragoça.
Com este acordo, as duas Coroas assumiam a criação de um “antimeridiano” de Tordesilhas, na zona Oriental do globo. A Coroa espanhola, cedia a sua posição naquelas ilhas a Portugal, a troco de 350 mil ducados, enquanto a Coroa portuguesa, não poderia erguer mais fortalezas num raio de 20 léguas em redor da zona das Molucas.