O Arcanjo S. Rafael marca presença no Dia da Marinha 2025 e conta a história do Legado de Vasco da Gama
Este ano, o Dia da Marinha irá celebrar-se na cidade de Viana do Castelo, numa organização conjunta entre a Marinha Portuguesa e a Câmara Municipal de Viana do Castelo. Como tal, será apresentada uma exposição dedicada ao legado do Vasco da Gama, onde destacamos uma peça de enorme valor simbólico e histórico: o Arcanjo.
Esculpida em madeira, esta estatueta fez parte de uma das viagens mais importantes da história marítima portuguesa e mundial, a descoberta do caminho marítimo para a Índia em 1498.
Decorria o ano de 1497, quando Vasco da Gama, com uma armada composta por duas naus – a S. Gabriel, da qual era o comandante, e a S. Rafael, comandada pelo seu irmão Paulo da Gama –, uma caravela, Bérrio, e uma naveta de transporte de mantimentos, partiu do Tejo rumo à Índia no dia 8 de julho.
O Arcanjo seguiu na nau S. Rafael nesta expedição que viria a resultar na descoberta do caminho marítimo para a Índia. Após dez meses de viagem e inúmeros obstáculos ultrapassados, a frota portuguesa chegou ao destino a 20 de maio de 1498. Estava concluída, com sucesso, a primeira ligação marítima entre a Europa e a Índia, estabelecendo-se a rota que ficaria conhecida como a Carreira da Índia.
Na viagem de regresso, a nau de Paulo da Gama acabou por afundar e a única peça recuperada foi esta estatueta do Arcanjo. Vasco da Gama passou a levá-la consigo em todas as suas viagens, em honra do seu irmão falecido no mar. Esta é a principal razão pela qual o seu valor histórico é imensurável, pois “assistiu” à chegada dos portugueses à Índia e sobreviveu ao naufrágio do seu navio.
A estatueta regressou com Vasco da Gama à Índia e ali permaneceu após a sua morte, em 1524. Em 1600, foi trazida de volta para Portugal por D. Francisco da Gama, seu bisneto. No entanto, só em 1880 foi colocada nos Jerónimos, aquando da transladação dos restos mortais de Vasco da Gama para o Mosteiro.
Finalmente, em 1950, o Arcanjo foi doado ao Museu de Marinha, onde se mantém até hoje como uma das peças mais antigas e valiosas da sua exposição permanente, tornando-se num dos seus TESOUROS.
Não perca o que aí vem! Visite-nos em Viana do Castelo de 14 a 20 de maio, esperamos por si.