Criado a 28 de setembro de 1917, desde cedo que o Centro de Aviação Naval (CAN) de Lisboa revelou diversas insuficiências que comprometiam a sua operacionalidade, nomeadamente as reduzidas dimensões da doca do Bom Sucesso e a falta de espaço para ampliação das suas instalações.
Datam de 1933 os primeiros estudos e pareceres para a transferência do CAN de Lisboa para o Montijo, o que só viria a acontecer em 1952, precisamente no ano da extinção da Aviação Naval.
Em Aveiro, no âmbito do acordo Luso-Francês, de cooperação durante a 1.ª Guerra Mundial, foi criado um centro de aviação com o objetivo de garantir a vigilância aérea da costa portuguesa e a proteção do acesso ao porto de Leixões. Finda a Guerra, o Centro é entregue à Marinha Portuguesa que o amplia e passa a formar, a partir de 1935, os futuros pilotos da Aviação Naval.
No final da 1.ª Guerra Mundial é criado o CAN dos Açores, inicialmente sedeado na Horta e transferido para Ponta Delgada em 1919. Apenas dois anos depois, o CAN dos Açores foi encerrado.
Foi reativado em 1941, durante 2.ª Guerra Mundial e voltou a ser encerrado em 31 de julho de 1946. Antes, em 1928, foi também ativado o CAN de Macau, com o objetivo de auxiliar a fiscalização e o combate ao contrabando e pirataria praticados no Rio das Pérolas.
A sua atividade foi interrompida logo em 1933, para ser retomada em 1937, perante a ofensiva militar japonesa contra a China e a necessidade de manter a soberania portuguesa no território. O CAN de Macau acabou por ser extinto em janeiro de 1942.
Formação
Durante os primeiros anos da Aviação Naval, os pilotos receberam formação em escolas de aeronáutica militar estrangeiras, na sua maioria em França, mas também em Inglaterra, Estados Unidos e Itália. O Decreto n.º 10780, de 20 de maio de 1925, criou a Escola de Aviação Naval “Almirante Gago Coutinho”, provisoriamente nas instalações do Bom Sucesso, enquanto não se realizassem as obras para a acolher no Centro de Aveiro.
Os oficiais da Marinha Portuguesa poderiam agora especializar-se como pilotos da Aviação Naval em território nacional, numa única escola criada para o efeito, com vantagens quanto aos custos, mas também para a uniformização de procedimentos e, principalmente, para a criação de um espírito de corpo entre aqueles que haviam recebido idêntica formação.
Em 1934, a Escola “Almirante Gago Coutinho” foi definitivamente transferida para as instalações do Centro de Aviação Naval de Aveiro, em S. Jacinto, tendo formado diversas gerações de pilotos até 1952.