Neste pavilhão pode observar um misto de embarcações tradicionais originais, utilizadas no mar, rios e pequenos cursos, referentes a duas das vertentes da história da maritimidade nacional e sua tradição, que melhor demonstram a ligação dos portugueses com o mar, ao longo da sua história.
Por um lado, temos as embarcações utilizadas na Pesca Costeira e atividades piscatórias que fazem parte do quotidiano dos habitantes do território português desde a mais remota antiguidade, sendo fundamental não só na alimentação dos Portugueses, mas também a nível económico. A pesca levada a cabo pelos Portugueses teve sempre uma componente tradicional bastante vincada. Foram desenvolvidas embarcações de tipologias muito variadas, consoante os locais e as pessoas. Sendo embarcações de construção artesanal apresentam muitas delas caraterísticas peculiares.
Por outro lado, já a vertente do Tráfego Fluvial e, apesar da importância da pesca para o quotidiano e a economia das populações ribeirinhas, as embarcações usadas nos diferentes locais não se dedicavam exclusivamente à pesca. Os cursos de água foram, até muito recentemente, as vias de comunicação preferenciais para ligar muitos locais. A título de exemplo, refira-se que em finais do século XIX, a via marítima era a mais rápida e eficaz para transportar mercadorias entre Lisboa e o Algarve. O advento do caminho-de-ferro, a posterior difusão dos transportes rodoviários mecanizados, a construção sistemática de estradas e de pontes vieram alterar essa situação. Mesmo a nível do meio aquático surgiram novos tipos de navios e embarcações que acabaram por relegar para segundo plano as embarcações tradicionais, principalmente, as embarcações destinadas ao Tráfego Fluvial.