Já se perguntou como é que os cientistas conseguem estimar a idade do nosso Sol e caracterizar o seu passado de uma forma tão coerente?
De facto, não temos uma máquina do tempo que nos leve a um passado distante para compreendermos como se formou o Sol ou como era, enquanto estrela jovem.
O que temos à nossa disposição, são 100 mil milhões de estrelas da Via Láctea e uma em cada dez partilha das mesmas características do nosso Sol. Muitas delas encontram-se em fases de desenvolvimento semelhantes àquelas que o Sol atravessou no passado.
Este facto permite à ciência construir modelos de evolução estelar e estimar, por exemplo, a idade do Sol. Uma boa analogia, será pensarmos num jardim com flores, todas da mesma espécie, em diferentes fases de crescimento. Estão todas ali para serem observadas. Neste caso, o “jardim” é a nossa galáxia e as estrelas, as nossas “flores”.
Sabemos hoje que o Sol tem cerca de 4.6 mil milhões de anos, é uma estrela estável, de meia-idade. Está na sequência principal porque transforma no seu interior hidrogénio em hélio por reações nucleares que libertam energia.
Sem essa energia, a vida não se teria desenvolvido na forma como a conhecemos.
Sem o Sol, não existiria vida na Terra!
Este texto enquadra-se na missão cultural da Marinha Portuguesa, de disponibilizar ao público, conteúdos de divulgação de astronomia.
Vasco Teixeira
Astrónomo, Planetário Calouste Gulbenkian